Ele: Senti sua falta hoje na escola, por que você não foi? Ela: É, eu tive que ir ao médico. Ele: Ah, mesmo? Por que? Ela: Ah, nada. Consultas anuais, só isso. Então, o que tivemos em matemática hoje? Ele: Você não perdeu nada demais. Só um monte de anotações. Ela: Ok, bom. Ele: É. Ela: Ei, tenho uma pergunta. Ele: Fale. Ela: O quanto você me ama? Ele: Você sabe que eu te amo mais que tudo. Por que a pergunta? Ela: (silêncio) Ele: Tem algo errado? Ela: Não, nada mesmo. Ele: Ok. Ela: O quanto você se importa comigo? Ele: Eu te daria o mundo numa batida de coração, se eu pudesse. Ela: Daria? Ele: É, claro que eu daria. (parecendo preocupado) Tem alguma coisa errada? Ela: Não, tá tudo bem. Ele: Tem certeza? Ela: É. Ele: Ok, eu espero. Ela: Você morreria por mim? Ele: Eu me jogaria em frente uma bala para ela não te atingir, a qualquer dia. Ela: Mesmo? Ele: Mesmo. Mas agora, sério mesmo, aconteceu alguma coisa? Ela: Não, eu tô bem. Você tá bem, nós estamos bem. Tá todo mundo bem. Ele: Tá, então. Ela: Bom, tenho que ir. Te vejo amanhã na escola. Ele: Tchau. EU TE AMO. Ela: Também te amo, tchau. O OUTRO DIA NA ESCOLA: Ele: Ei, você viu minha namorada hoje? Amigo: Não. Ela não estava aqui ontem também não. Ele: Eu sei, ela estava agindo estranho no telefone ontem Amigo: É cara, você sabe como as garotas são de vez em quando. Ele: É, mas ela não. AQUELA NOITE: (o telefone toca) Ela: Alô? Ele: Oi. Ela: Ah, oi. Ele: Por que você não foi na escola hoje de novo? Ela: Ah, eu tinha outra consulta no médico. Ele: Você está doente? Ela: Hm, eu tenho que ir, minha mãe tá me chamando. Ele: Eu espero. Ela: Pode demorar, te ligo depois. Ele: Tudo bem então, te amo (longa pausa) Ela: (chorando) Olha, acho que devíamos terminar. Ele: O que?! Por que? Ela: Acho que é o melhor pra nós dois agora. Ele: POR QUE? Ela: Eu te amo. (ela desliga) A GAROTA NÃO FOI PRA ESCOLA POR MAIS TRÊS SEMANAS, E NÃO ATENDEU AOS TELEFONEMAS. Ele: E ai, cara. Amigo: Oi. E ai, falou com sua ex? Ele: Não. Amigo: Então você não soube? Ele: Soube o que? Amigo: Não sei se eu seria a melhor pessoa para te contar, então, ligue nesse telefone. (passou um papelzinho para ele) ELE LIGA NO NÚMERO DEPOIS DA ESCOLA. Voz: Alô, Suppam County Hospital, aqui é a enfermeira Beckam. Ele: Ah, eu devo ter ligado no número errado, estou procurando por uma amiga. Voz: Qual é o nome dela? (o garoto dá as informações) Voz: Sim, esse é o número certo. Ela é uma de nossas pacientes. Ele: É mesmo? O que aconteceu? Ela está bem? Voz: O quarto dela é o número 646, no prédio A, suíte 3. Ele: O QUE ACONTECEU? Voz: Por favor, venha aqui e veja o senhor mesmo, obrigada. Ele: Espera! Não! (o telefone já tinha sido desligado) O GAROTO FOI PARA O HOSPITAL. A GAROTA ESTAVA DEITADA NA CAMA DO QUARTO. ELA PARECIA FRACA. Ele: Meu Deus, você está bem? Ela: (silêncio) Ele: Amor, fala comigo! Ela: Eu.. eu tenho câncer. Estou em suporte de vida. Ele: (começa a chorar) Ela: Eles vão desligar tudo hoje à noite. Ele: Por que?! Ela: Eu queria te contar, mas eu não podia. Ele: Por que não? Ela: Eu não queria te machucar. Ele: Você nunca poderia me machucar. Ela: Eu só queria ver se você sentia o mesmo que eu sinto por você Ele: ? Ela: Eu te amo mais que qualquer coisa. Eu te daria o mundo em uma batida de coração. Eu me atiraria em frente a uma bala para te salvar. Eu morreria por você. Ele: … Ela: Não fique triste, eu sempre vou te amar, estando aqui ou não. Ele: Então por que você terminou comigo? Enfermeira: Ei, jovem, o tempo de visita já acabou. O GAROTO SAI, AS MÁQUINAS DE SUPORTE DE VIDA FORAM DESLIGADAS. ELA MORREU. Mas o que o garoto não sabia é que a garota só fez aquelas perguntas à ele para poder ouvir ele dizer aquelas coisas uma última vez, e ela só terminou com ele porque ela só tinha mais três semanas de vida e pensou que assim causaria menos dor à ele, dando um tempo para ele esquecê-la antes dela morrer. NO PRÓXIMO DIA: O garoto foi encontrado morto com uma arma em sua mão, e com um pequeno papel na outra, escrito: Eu disse à ela que levaria um tiro por ela, assim como ela disse que morreria por mim.
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